sexta-feira, 13 de junho de 2008

O Que Restou da Casa.


Em volta há só neblina. Não mais o escuro, nem a luz. A noite cedeu a uma manhã, cuja alvorada foi cinza.

Sonolento, levanto pra constar se ainda existe algum vestígio perdido... Cartas espalhadas, fotografias e um presente. Ali no jardim, flores despetaladas, regadas com lamúrias todas às manhãs. Esgotado, volto para o ponto de partida, cerrando rosas murchas, trazendo-as pra dentro, ponho-as num vaso.
Daqui a atmosfera é árdua. A casa anda suja de pó como se não habitasse mais ninguém. Eu ainda moro nela, ferido por dentro, desapontado.
Em pensar que um dia, foi neste lugar que tudo despertou...

O café que havia sido feito pra mim esfriou e anda amargo. Pensei em requentá-lo, mas a quem quero enganar?
Tento forçadamente sorrir, encontrar companhias certas, mas os ventos sempre me trazem notícias dele. Ouvi dizer que anda muitíssimo bem, desfruta hoje de coisas que, supostamente, o fazem se sentir um homem contente. Ele esta feliz!
Tais ventos só não dizem o motivo dele ter abandonado tudo assim, levando consigo aquelas palavras confortantes e os gestos que tanto me fizeram bem e me tornaram crédulo. Por que ignora, se um dia aqui nós acontecemos? Talvez nada disso lhe tenha mais importância. Na certa já encontrou a quem servir seu café.

Eu, porém, não penso em desmontá-la, tão pouco irei embora. Ainda que a ele não tenha mais significância, essa continuará sendo minha moradia.
Tirarei todo o pó. No jardim cultivarei margaridas. Não voltarei a ficar no escuro, de manhã, abrirei as cortinas para que o sol adentre e irradie a casa ao longo do dia; à noite, acenderei a lareira para receber desde os amigos, até aqueles que ainda não conheço com um novo e bem passado café.
E, o mesmo vento que se propaga e chega até a mim, retorne a ele ecoando os cânticos de felicidade que soarem daqui, soprando em seus ouvidos palavras de ventura; e, ainda que se mostre indiferente, as portas estarão sempre abertas a sua visita.

7 comentários:

Unknown disse...

Ei
a cada dia que passa,eu te amo mais...e te admiro mais!
apesar da distancia,eu lembro de tu semmpre,saudade,visse?!

e amei isso que tu escreveu *-*

fique bem!
beijo

[e..vou colocar no meu ork,posso?!]

# # Dark Angel # # disse...

Muito massa o teu blog!!!!!

Junior brandão disse...

Adoro a forma que vc escreve teus poemas...
nem sempre os poemas tem um fim como queriamos que fosem...


tu tai de parabéns....

Junior Brandão..

S.Glóss Mountra'l disse...

Lo.O

Seu texto está perfeito,como sempre escrevendo bem,não vejo neles uma critica,pois miii sinto sempre tocado com todos!

=*
adooroo vc!

Ulisses Freire disse...

Sabe é muito pouco dizer que teu texto ta otimo.
São palavras de calibres pesados que juntas se tornam uma boa melodia a ser declamada.

Gosto da forma que você escreve, da forma como cada coisa se encaixa. Fico a imaginar o que se passa com vc quando esta escrevendo, para quem esta escrevendo!

hehehe

nunca mude, sempre sempre apromore...

abração!

Unknown disse...

olá achei vc no blogger do Ulisses, o q me chamou atenção foi o nome, tenho um poema c esse nome " andarilho", e ai entrei casa a dentro, me senti um pouco em casa, pq seu texto me definiu por alguns momentos, amei cada palavrinha, mt lindo e forte,mesmo parabéns.

abraço

Paulo Alexandre disse...

Arretadoooooooooo!!
Coisas q o amor faz.

Parabéns Sr. Loo.
Abraço P.A.

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails